Modo Econômico, Normal ou Esportivo?
As 3 Fases da sua Jornada Financeira

Imagine duas pessoas. Uma, dirige um carro importado e mora em uma mansão de luxo. A outra, tem um carro popular e vive em uma casa mais simples. À primeira vista, a resposta para a pergunta “quem é mais rico?” parece óbvia. Mas a verdade é que a resposta é “depende”. Essa é a grande lição da Jornada financeira pessoal: o que define a sua riqueza não é o seu salário nem os bens que você ostenta, mas sim o seu patrimônio líquido.
Essa é a única métrica real para medir a riqueza. O patrimônio líquido é o valor total de tudo o que você possui (ativos) menos o valor total de todas as suas dívidas (passivos). É a sua riqueza real, o que realmente resta no final do dia.
Portanto, a pessoa que ostenta um carro caro, mas vive com um financiamento enorme e cartão de crédito estourado, pode, na verdade, ser mais pobre do que aquela que, de forma discreta, possui uma casa e um carro quitados, sem dívidas.
A partir desse conceito, podemos dividir a jornada financeira em três fases claras, que refletem os diferentes estágios da vida e as estratégias necessárias em cada um.
A Lição da Arrogância: Um Erro Comum na Jornada Financeira
Antes de explorarmos essas fases, é importante reconhecer que a jornada para a liberdade financeira é cheia de armadilhas. Um dos apresentadores do podcast, hoje um grande educador financeiro, compartilha uma história de um erro que cometeu por orgulho e que lhe custou uma parte significativa de seu patrimônio inicial.
Quando jovem, e já com uma reserva considerável, ele se viu em um dilema: um casamento que seu sogro queria pagar, mas que era muito caro. Por orgulho, ele se recusou a aceitar a ajuda e decidiu pagar a festa por conta própria.
No entanto, o dinheiro que ele havia suado para acumular não era suficiente. Foi aí que ele cometeu um grande erro: vendeu grande parte de suas ações, sacrificando anos de construção de patrimônio, apenas para pagar a festa.
Como já discutimos em nosso texto sobre educação financeira, esse tipo de comportamento, movido pela ostentação e pelo medo do julgamento alheio, é um dos maiores venenos para a prosperidade. O dinheiro precisa ser usado com inteligência, não para satisfazer o ego.
Essa lição de humildade, aprendida à custa de um alto preço, o ensinou a valorizar ainda mais os princípios de uma vida financeira sólida.
As Três Fases das Finanças Pessoais
A jornada para a liberdade financeira não é linear e exige estratégias diferentes em cada momento. O autor categoriza essa evolução em três fases, cada uma com sua própria mentalidade e seus próprios desafios.
Fase 1: O Modo Econômico
Essa é a fase inicial, o ponto de partida para quem tem um salário modesto ou está no início da carreira. O objetivo aqui é viver de forma minimalista para acumular patrimônio o mais rápido possível. A palavra-chave é disciplina.
Essa é a fase de dizer “não” para pequenos desejos e de manter os custos fixos em um patamar mínimo.
O autor conta que, no início de sua jornada, vivia em um apartamento pequeno e não tinha carro, usando táxi e transporte público. Ele era extremamente metódico com seus gastos, calculando tudo para que pudesse investir o máximo possível.
Ele não tinha móveis caros, suas roupas eram compradas em datas específicas para garantir que envelhecessem juntas, e ele evitava qualquer tipo de dívida. Viver nesse “Modo Econômico” exigiu uma grande
disciplina, mas foi o que permitiu que ele construísse uma base sólida. O segredo era: o dinheiro que ele gastava era insignificante perto do dinheiro que ele ganhava.
Fase 2: O Modo Normal
Depois de atingir um patrimônio considerável (que o autor estima, com as devidas correções da inflação, em cerca de R$ 200 mil nos dias de hoje), é possível fazer a transição para o modo normal. O salário e o patrimônio já permitem um pouco mais de conforto, mas a disciplina continua sendo fundamental.
Nessa fase, o autor comprou seu primeiro carro, uma decisão inteligente, pois percebeu que gastava mais com táxis do que gastaria com as despesas de um veículo próprio. Ele continuou morando em um apartamento modesto em um bairro universitário, mesmo ganhando um salário elevado, o que mostra que a mentalidade de manter os custos fixos baixos permaneceu.
O objetivo aqui é começar a desfrutar um pouco mais da vida, mas sem perder a mão e, principalmente, sem contrair dívidas. É a fase em que hobbies e pequenos prazeres ganham espaço, mas o investimento e o controle financeiro ainda são prioridades.
Fase 3: O Modo Esportivo
Essa é a fase final da jornada, onde o patrimônio já atingiu um nível que a renda gerada pelos investimentos é capaz de cobrir boa parte dos seus custos. O autor considera que isso aconteceu quando ele atingiu um patrimônio acima de R$ 500 mil (valor que hoje seria próximo a R$ 1 milhão).
Aqui, a mentalidade muda para o desfrute. Ele começou a gastar até 75% do que ganhava, comprando carros de luxo e investindo em imóveis. Entretanto, o princípio de não fazer dívidas permaneceu inegociável. A renda ativa, somada ao retorno dos investimentos, era suficiente para cobrir todos os gastos.
A venda de produtos e serviços, abordada em nosso texto sobre estratégias de vendas e como mapeia a jornada de compra do cliente, foi essencial para que ele continuasse a ter uma renda elevada, que o permitiu viver no “Modo Esportivo” sem comprometer o crescimento de seu patrimônio.
Conclusão
A sua jornada financeira não precisa ser uma corrida desesperada. Ela deve ser uma progressão lógica, guiada pela inteligência e pela disciplina. O ponto de partida é o mesmo para todos: a compreensão de que riqueza é patrimônio líquido.
A partir daí, você pode passar pelas três fases, adaptando sua estratégia à sua realidade, mas mantendo duas regras de ouro que nunca mudam: evite dívidas a qualquer custo e invista consistentemente.
Não importa em que fase você está hoje. É possível, com paciência e um plano claro , construir um futuro de abundância. Comece com o “Modo Econômico” e siga em frente.